Vivemos em uma era de avanços tecnológicos impressionantes e acesso sem precedentes à informação. No entanto, ainda enfrentamos antigos desafios: incêndios criminosos, guerras, discriminação, racismo e violência. Esses problemas parecem destoar de uma época que se autodenomina “civilizada”, onde o progresso deveria ter eliminado o ódio e a intolerância. Mas o que realmente significa ser civilizado?
Por um lado, alcançamos grandes avanços em ciência e comunicação. Por outro, ainda lutamos para lidar com os instintos mais básicos da humanidade. A violência, em suas muitas formas, é frequentemente o resultado de uma sociedade que, apesar de suas camadas de sofisticação, não aprendeu a abraçar a diversidade. Quando falamos de civilização, deveríamos incluir a capacidade de empatia, escuta e respeito. No entanto, essas habilidades muitas vezes se perdem no meio do barulho da modernidade.
O racismo, por exemplo, não é um fenômeno novo, mas sua persistência em 2024 é uma mancha que revela o quanto ainda precisamos evoluir em termos de valores humanos. Da mesma forma, a discriminação e as guerras, motivadas por interesses econômicos, religiosos ou culturais, mostram que o conceito de “civilização” é frequentemente seletivo e desigual. Enquanto alguns avançam, muitos ficam para trás, e aqueles que estão à margem são frequentemente as primeiras vítimas da violência estrutural.
Essa dicotomia entre avanço tecnológico e retrocesso social nos faz questionar se a verdadeira civilização não seria, antes de tudo, uma questão de postura ética e moral, muito mais do que de inovações e aparências. Talvez o verdadeiro progresso só seja alcançado quando os direitos humanos, a paz e a justiça forem tão valorizados quanto a tecnologia ou o desenvolvimento econômico. Afinal, de que adianta conquistar o espaço exterior se ainda não conseguimos encontrar harmonia no interior da sociedade?
Em resumo, ser civilizado não é apenas sobre avanços tecnológicos e econômicos, mas também sobre como tratamos uns aos outros e como lidamos com nossas diferenças. A verdadeira civilização é aquela que valoriza a empatia, o respeito e a justiça, tanto quanto valoriza a inovação e o progresso material.