Primeiro de Maio

Como de costume, todos os domingos eu me encontrava em frente à televisão, imbuído de um sentimento de admiração e orgulho. Os domingos eram sagrados, dedicados à Fórmula 1 e à genialidade de Ayrton Senna nas pistas, onde sua habilidade ímpar e sua fé inabalável se manifestavam em cada curva. A preparação para o grande dia começava já na semana anterior, com os treinos de qualificação, que delineavam os desafios a serem superados, fossem eles problemas técnicos ou inovações dos adversários que prometiam acirrar a competição. Confesso que, em algumas ocasiões, eu desejava secretamente que os rivais tivessem alguma vantagem, apenas para testemunhar Senna triunfar contra todas as probabilidades. Sentíamo-nos mais patriotas do que nunca, com a confiança depositada naquele que comandava não só seu veículo, mas também nossos corações.

Eu sonhava em ser piloto, ou ao menos dominar as ruas da minha cidade com a mesma maestria, inclusive sob a chuva. Ayrton Senna da Silva foi uma fonte de inspiração constante, e até hoje, quando enfrento um desafio, busco em sua determinação a força para perseverar, elevar minhas preces e almejar mais uma conquista. Senna, o herói brasileiro, teve sua jornada interrompida naquele primeiro de maio. Naquele dia fatídico, eu não estava diante da TV para testemunhar o acidente ao vivo. Perdi a hora e, ao ligar a televisão, fui recebido pela voz preocupada de Galvão Bueno.

A corrida em Ímola, no Grande Prêmio de San Marino, já estava marcada por eventos trágicos desde os treinos, com o acidente de Rubens Barrichello e a morte do piloto Roland Ratzenberger. Não deveria ter sido assim, mas o destino selou aquele domingo com a mais profunda tristeza. Ayrton liderava a corrida quando, na sétima volta, um componente mecânico falhou, e seu carro colidiu contra o muro de proteção na curva Tamburello. O impacto foi devastador, e horas depois, a notícia de sua morte foi confirmada, deixando um país inteiro em luto.

Galvão Bueno, com voz embargada, disse naquele dia que Senna havia partido com Deus. A despedida do campeão foi sentida por todos, e sua memória permanece viva, eternizando-se como o verdadeiro campeão que era. Saudades do ídolo, mas a certeza de seu legado é inabalável.


 

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